Não, eles não caíram de moda. Os exames pré-nupciais ainda são importantes para a saúde do casal
Buquê, bem-casados, os noivinhos do bolo, o vestido da daminha, a despedida de solteiro... Na lista dos preparativos, inclua mais um item: exames pré-nupciais. Pode-se pensar que isso é coisa do passado, mas assegurar- -se da saúde dos órgãos reprodutores nunca cai de moda. Por isso esses testes continuam sendo uma providência desejável. Aliás, talvez até mais importante do que antigamente. "Tanto homens quanto mulheres iniciam a atividade sexual muito cedo, o que aumenta o número de parceiros antes do casamento", diz o ginecologista Marcelo Valle, da Clínica Origen (RJ). "Com isso, aumentam também as chances de contrair uma doença sexualmente transmissível, que deve ser tratada antes de se iniciar um relacionamento sexual mais duradouro."
Mais do que um modismo, a volta da procura pelos pré-nupciais é uma forma de entrar no relacionamento com o pé direito. E são dois os objetivos: verificar a presença de doenças de modo geral - principalmente aquelas ligadas ao aparelho reprodutor - e investigar a fertilidade. Mesmo que o casal já tenha uma vida sexual ativa, o casamento pode servir como pretexto para fazer esse checkup, já que muitas vezes marca também o início da vida reprodutiva. "A medicina hoje permite, por meio de inúmeros recursos, a detecção precoce de uma série de doenças que, quando diagnosticadas cedo, podem ser tratadas sem deixar sequelas", diz Silvana Chedid, diretora do Centro de Endoscopia Pélvica e Reprodução Humana do Hospital Beneficência Portuguesa e da clínica Chedid Grieco de Medicina Reprodutiva (SP).
E não são apenas as mulheres que devem se submeter a essa bateria de exames. Embora o cardápio para os homens seja menor, é importante rastrear a existência de doenças sexualmente transmissíveis e fazer um espermograma. "Para a mulher, visitar um ginecologista é uma rotina. O homem é mais resistente, e em geral chega ao consultório por exigência da parceira", diz o urologista Renan Desimol Cabral, chefe do setor de urologia do Hospital da Brigada Militar (RS).
"A consulta pré-nupcial visa orientar sobre anticoncepção. E ela deve ser feita, no máximo, três meses antes da data do casamento", diz a ginecologista Rosiane Mattar, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "Nessa ocasião, o médico orienta sobre exames importantes para verificar se a mulher está protegida de doenças (rubéola e toxoplasmose) que podem provocar malformações, caso ela engravide." Esses exames permitem a solução de problemas nos casos da existência de alguma doença a ser tratada. Tudo pode ser resolvido com calma, sem comprometer a hora de dizer "sim".
Para elas
Para as mulheres, o check-up inclui exames de imagem e sangue.
Papanicolau: verifica possíveis alterações nas células cervicais (contidas no colo do útero), que podem ser indicativas de câncer. O Papanicolau também detecta infecções provocadas por fungos ou por vírus na região do colo do útero, verrugas genitais, herpes.
Ultrassonografia transvaginal: exame de diagnóstico por imagem que avalia a anatomia do útero, colo, ovários e trompas. O médico introduz na vagina um transdutor, que é o que vai captar o sinal transformado em imagem. Se a mulher ainda não tem vida sexual, o exame é substituído pela ultrassonografia abdominal.
Sorologia para rubéola: exame sanguíneo que verifica a imunização contra a rubéola. Se não for o caso, o indicado é vacinar-se antes de engravidar. Rubéola na gravidez é sério, principalmente nos dois primeiros meses. Durante esse período, são de 40% a 60% as chances de aborto ou má formação. Esse número cai para 30% a 35% no terceiro mês e para 10% no quarto mês. Depois disso, praticamente não há mais perigo.
Sorologia da toxoplasmose: exame que verifica se a paciente tem a doença, que exige cuidado antes da gestação,. Ela é contraída ao comer comida contaminada por parasita. Se há a doença ou for contraída durante a gravidez, o risco é aborto, parto prematuro ou malformação, principalmente no cérebro.
Exames hormonais: investigam a fertilidade e são feitos com coleta de sangue ou de urina para saber qual o período em que a mulher ovula e como está seu estoque de óvulos.
Para a mulher, visitar um ginecologista é uma rotina. O homem é mais resistente, e em geral chega ao consultório por exigência da parceira
Para eles
O cardápio de exames específicos para o sexo masculino é reduzido
Espermograma: o objetivo é saber se a quantidade e a qualidade de espermatozoides são normais. Observam- -se primeiro o volume e a consistência. Entre 3 e 5 ml, é considerado normal para homens até 40 anos. Contagens abaixo de 1 ml podem indicar problemas. A consistência deve ser gelatinosa nos primeiros 10 a 30 minutos. Se apresentar-se líquido já na ejaculação, pode ser sinal de poucos espermatozoides. Depois, parte-se para o exame microscópico para se verificar o número de espermatozoides, como se movimentam e sua constituição morfológica.
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