Comer bem é um aprendizado e deve começar dentro de casa principalmente quando o assunto são as crianças. Veja como ensinar seu filho a fazer escolhas saudáveis mesmo quando come longe dos pais
Comida costuma ser um tema de preocupação recorrente para os pais. Ou porque o filho não quer comer, ou porque come demais, e, frequentemente, alimentos pouco ou nada saudáveis. No último caso, os grandes vilões são os alimentos consumidos fora de casa - geralmente industrializados. Um estudo divulgado pela Universidade da Carolina do Norte (EUA) mostrou que, nos últimos 30 anos, as crianças aumentaram o consumo calórico em 179 calorias por dia. E, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o excesso de peso em crianças e adolescentes já é um problema maior que a desnutrição no país. A prevalência da obesidade infantojuvenil subiu 240% em 20 anos.
Na opinião de Flávia Morais, coordenadora de nutrição da Mundo Verde, "independente da idade, os pais devem sempre dar o exemplo e orientar a escolha dos filhos". "Mas, a partir dos 8 ou 9 anos, a criança já é capaz de dizer o que prefere comer num mesmo grupo de alimentos, por exemplo, escolher entre cenoura ou beterraba".
Se é na infância que o hábito alimentar se forma, a criança deve escolher com a variedade que lhe é oferecida em casa. O que deve ser evitado é dar-lhe o direito de escolha no supermercado, onde as opções não saudáveis são as que mais despertarão a atenção dos pequenos. "Quando ela tem contato com frutas e vegetais de uma forma geral desde cedo, e sem obrigação em comer, será muito mais fácil a aceitação desses alimentos", afirma Gabriela Marcelino, nutricionista da Congelados da Sônia (RJ). Segundo ela, "a vontade da criança em alimentar-se sozinha surge gradativamente, pois existe curiosidade e desejo de explorar o novo., o que deve ser incentivado para que a criança comece a criar independência", completa.
A vontade da criança em alimentar-se sozinha surge de forma gradual. É a curiosidade e o desejo de explorar o novo
Lar doce lar
Quando as orientações alimentares iniciam nessa fase da vida, elas tendem a permanecer na adolescência, quando o controle dos pais é muito menor sobre as refeições dos filhos. "Se dentro de casa a alimentação for adequada, com o exemplo dos pais, a criança têm mais consciência, pois o cenário permite maior autonomia por parte dos filhos", acredita Priscila Passos de Oliveira, nutróloga da Nutrociência Assessoria em Nutrologia (SP). A dica é ter sempre opções de alimentos saudáveis de um mesmo grupo (frutas e verduras), para que a criança escolha sem abrir mão daquele tipo de alimento.
Um fator importante é garantir um ambiente agradável em torno das refeições para que haja uma atmosfera positiva, sem maiores distrações - como a TV. "A responsabilidade da boa nutrição é dos pais. É preciso comer junto e estimular a criança a gostar desses alimentos e não fazer diferença entre o que pais e crianças comem", diz Gabriela.
Táticas para garantir a boa alimentação das crianças
● Certifique-se de que seu filho tome café da manhã. Pular essa refeição deixa a criança com fome, cansada, e ela acabará comendo algo que não deveria no intervalo.
● Ofereça mais água e leite do que sucos. Cem por cento dos sucos de fruta são saudáveis, mas calóricos.
● Não use comida como recompensa. Prometer sobremesa se a criança comer vegetais, faz com que ela entenda que os vegetais valem menos do que os doces.
● Procure variar o cardápio. Essa é a melhor estratégia para que a criança não enjoe das opções da lancheira.
● Outra ideia que não pode ser esquecida é alternar salgados e doces para atender ao paladar da criança.
● Atente à quantidade e porções dos alimentos. Ela deve ser suficiente para saciar a fome na hora do recreio.
● Crianças em idade escolar são mais ativas e perdem muito líquido. Disponibilize água ou sucos naturais e orgânicos, independentemente do lanche oferecido.
● Escolha um dia da semana para as guloseimas. Mas lembre-se: ela deve ser sempre uma porção pequena - um bombom, dois biscoitos recheados, entre outros.
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