quinta-feira, 21 de abril de 2011

"MORTALIDADE POR CÂNCER DE ENDOMÉTRIO É ESTÁVEL NO RJ" - ENSP

Filipe Leonel
Analisar a mortalidade por câncer de endométrio entre mulheres do Estado do Rio de Janeiro e estimar a sobrevida das pacientes atendidas no Hospital do Câncer-II (HC II), do Instituto Nacional de Câncer, foram os principais objetivos da dissertação Câncer de endométrio: mortalidade populacional e sobrevida de uma coorte hospitalar no Estado do Rio de Janeiro, defendida por Livia Bitencourt no programa de Saúde Pública e Meio Ambiente da ENSP. O estudo verificou a tendência de mortalidade estável no RJ, diferente dos países desenvolvidos, que apresentaram tendências decrescentes ocasionadas por uma melhora da qualidade dos meios diagnósticos e do tratamento.

Tendência da mortalidade por câncer de corpo do útero no Estado do Rio de Janeiro, 1996-2008 foi o título do primeiro artigo gerado pelo estudo. Nele, de acordo com a autora, foram observados os aspectos relacionados à tendência temporal da mortalidade para câncer de corpo de útero e para câncer de útero, porção não especificada - quando o médico não sabe se a neoplasia atingiu o corpo ou o colo do útero - a fim de que, em seguida, fosse feita uma redistribuição proporcional dessas causas.

"Observamos, inicialmente, uma tendência crescente da mortalidade por câncer de corpo do útero, mas, após a redistribuição proporcional das causas não específicas, encontramos uma estabilidade. Portanto, como a mortalidade diminuiu nessas causas não específicas, após a redistribuição, verificamos que há uma estabilidade na tendência da mortalidade por essa neoplasia no Estado do Rio de Janeiro. Provavelmente, isso acontece em função de uma melhora na classificação, uma melhora na acurácia dos dados do sistema de informação de mortalidade", explicou Livia, que foi orientada pelas pesquisadoras Gina Torres Rego Monteiro e Luciana Correia Alves.

No estudo Fatores associados à sobrevida de casos de câncer de endométrio atendidos em hospital especializado no município do Rio de Janeiro, Brasil, 1999-2005, foram revistos os casos de câncer de endométrio e avaliadas variáveis clínicas e sociodemográficas relacionadas ao tumor. "Nesse caso, encontramos que os fatores associados ao melhor prognóstico dessa doença são os fatores clínicos como estadiamento precoce, tipo histológico endometrioide, baixo grau de diferenciação celular e idade da paciente". Ao comparar o Brasil com outros estudos internacionais, Livia constatou que a sobrevida no país está abaixo dos países chamados desenvolvidos. "O diagnóstico aqui no Brasil ocorre em estadiamento avançado, já de forma tardia", admitiu.

Na conclusão do estudo, ela enfatiza a necessidade do diagnóstico precoce da doença e a realização de novas pesquisas sobre o tema. "Os presentes estudos reforçam a noção de que são bastante relevantes as estratégias voltadas ao diagnóstico precoce do câncer de corpo do útero, com consequente manutenção das altas proporções de sobrevida. Esta neoplasia representa uma doença ainda pouco estudada no Brasil. Novas pesquisas relacionadas ao tema poderão contribuir para aprimorar o conhecimento do padrão epidemiológico e ainda colaborar para o direcionamento de ações de controle deste câncer", admitiu.

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