quarta-feira, 1 de junho de 2011

"TUBERCULOSE - ANTIGO E ATUAL PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA"

Trajetória é positiva no controle da doença, mas Brasil ainda está entre os 22 países que concentram 80% dos casos

O Brasil reduziu de 73.673 para 70.601 o número de casos novos de tuberculose entre 2009 e 2010, cerca de 3 mil a menos, ou 4% de queda no período. Com a redução, a taxa de incidência (número de pacientes por 100 mil habitantes) baixou de 38,82 para 37,99. São números positivos, mas não suficientes para tirar a tuberculose do rol dos problemas de saúde pública do Brasil. Afinal, o país ainda está entre os 22 que concentram 80% dos casos em todo o mundo, ocupando a 19ª posição, o único das Américas a figurar nesse ranking, liderado por Índia, China, Indonésia, África do Sul e Nigéria. Em 2008, era o 16º colocado, o que mostra movimento de saída desse grupo.
Em relação à incidência, o Brasil ocupa o 108º lugar mundial, apresentando taxas que configuram uma “situação calamitosa” na avaliação de entidades como o Fórum Estadual das ONGs na Luta contra a Tuberculose do Rio, o Grupo de Apoio aos Pacientes e Ex-Pacientes de Tuberculose e o Fórum Estadual das ONGs/Aids do Rio.

Alguns estados brasileiros apresentam elevadas taxas de incidência, a começar pelo Rio de Janeiro (71,8 por 100 mil habitantes) — praticamente o dobro da nacional —, seguido de Amazonas (69,2/100 mil), Pernambuco (47,5/100 mil), Pará (46,2/100 mil) e Rio Grande do Sul (45,3/100 mil). Entre as capitais, as maiores taxas de incidência são registradas em Porto Alegre (111,3/100 mil), Recife (97,2/100 mil), Belém (95,1/100 mil), Rio de Janeiro (93,4/100 mil) e Manaus (93,2/100 mil). No outro extremo, com as menores taxas, estão Distrito Federal (11,7/100 mil), Tocantins (13,6/100 mil) e Goiás (14,6/100 mil).
“O Brasil é um país continental, com a quinta maior população do planeta, o que provoca diferenças entre estados”, observa o coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde (PNCT/MS), Dráurio Barreira. “São números inaceitáveis para uma doença que tem cura”, contrapõe o Manifesto pelo Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose que as entidades lançaram em 24/3.

De acordo com o PNCT, a tuberculose é a terceira maior responsável pelos óbitos por doenças infecciosas e a primeira entre pacientes com aids no país, devido ao enfraquecimento do sistema imunológico. Chefe do Centro de Referência Professor Hélio Fraga, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), no Rio de Janeiro, a pneumologista Margareth Dalcolmo diz que há uma associação entre a doença e as condições de vida dos pacientes.  “Trata-se  de uma  doença
marcada pela exclusão e pelas desigualdades sociais, pelas condições de moradia, e com pouco acesso a diagnóstico e tratamento. Além disso, há as condições imunológicas individuais, a exemplo da coinfecção nos casos do vírus da aids”.

Revista RADIS nº 106


1 comentários:

Anônimo disse...

SUPER INTERESSANTE A POSTAGEM. PARABÉNS!

CLAUDIO

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