A apresentação baseou-se no trabalho de campo realizado pela antropóloga no Rio de Janeiro. Parte dele centrou-se nos serviços do ambulatório de referência para a tuberculose multirresistente, integrante do Centro de Referência Professor Hélio Fraga da ENSP, localizado no campus Fiocruz Mata Atlântica.
Oriana expôs, a partir dos relatos de pacientes portadores de tuberculose multirresistente, os percursos para refletir sobre a complexidade da expressão da doença na vida dos doentes e nos contextos em que ocorre. Além disso, afirmou ter acompanhado a rotina dos profissionais do ambulatório no atendimento aos pacientes e destacou o acolhimento e o comprometimento da equipe do Hélio Fraga.
Para a pesquisadora, baseada em autores da área, a doença no Rio de Janeiro associa-se à dinâmica do capitalismo técnico-científico-informacional gerador de um segmento populacional importante, chamado por tais autores de circuito inferior urbano, cujas condições de vida se caracterizam por uma enorme vulnerabilidade.
A vulnerabilidade também caracteriza os próprios serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), responsáveis pela resposta à doença. O conceito de vulnerabilidade demonstrou potencialidades na compreensão da complexidade da expressão da doença nas vidas das pessoas e seus contextos e, ainda, na indicação de pontos de ação positiva a partir dos serviços de saúde. O cuidado de saúde, e especificamente da tuberculose, revelou exigir uma perspetiva e uma ação intersetoriais.
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