sexta-feira, 18 de maio de 2012

"PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE MATERNA"




Hipertensão arterial, infecção puerperal e hemorragias são as principais causas de morte materna, de acordo com pesquisa realizada por Lenice Gnocchi da Costa Reis (Daps/ENSP), que apresentou sua tese de doutorado em Saúde Pública em sessão científica realizada nesta quarta-feira (16/5), na ENSP. Lenice estruturou sua tese Eventos adversos durante o trabalho de parto e parto em serviços obstétricos: desenvolvimento e aplicação de método de detecção em vários temas: um deles foi a morte materna, que “é a ponta do iceberg da morbidade relacionada à gestação, parto e puerpério”, incluindo os problemas graves da saúde brasileira, a violação dos direitos humanos, os avanços da área e a crescente medicalização do parto.
Outro tema são as estimativas sobre morbidade materna, que são frágeis. Ela informou que 29% das internações para parto ocorridas entre 2001 e 2005 nos Estados Unidos apresentaram algum tipo de complicação. Em relação à qualidade da atenção à saúde, Lenice abordou a evolução do conceito de qualidade e a emergência da segurança como dimensão crítica da qualidade. Também analisou a segurança e a saúde sanitária, as tecnologias em saúde e os fatores de risco da assistência. “Há um conjunto de fatores que vão contribuir para a saúde materna. Hipertensão arterial, infecção puerperal e hemorragias são as principais causas da morte materna. A partir daí podemos propor intervenções”, assinalou.
A pesquisadora trabalhou com o pressuposto de que os fatores de risco da morte materna são sociodemográficos, clínico-obstétricos e assistenciais e que, além da morte materna e do nearmiss (quase-acidente), há um conjunto de eventos adversos relacionados à assistência do parto que são desconhecidos e não foram apurados.
Lenice utilizou como métodos a revisão da literatura baseada no período de busca de 1980 em diante, revisando os protocolos médicos; o desenvolvimento e a aplicação de método de detecção de eventos adversos em serviços obstétricos; e a revisão sistemática de fatores de risco para morte materna, nearmiss e eventos adversos.
O método foi aplicado num hospital do município do Rio de Janeiro, em 2010, onde houve 4.340 partos, sendo 38% deles cesárea. Foram utilizados 25 prontuários por mês, totalizando uma amostra de 300 partos. A pesquisa identificou 64 mulheres vítimas de eventos adversos, como curetagem, problemas com medicamentos, lacerações, hemorragias e as cefaleias pós-raquianestesia, quadros infecciosos diversos e doenças hipertensivas (20,7% dos casos).
A pesquisa concluiu que dos 29 artigos sobre fatores de risco para morte materna selecionados 37,9% são do continente africano e 13,8% da América Latina. Segundo ela, a mortalidade materna persiste como tema de interesse e o parto cesáreo é um fator associado ao maior risco para a morte materna.
A sessão científica contou com a presença dos pesquisadores do Daps e do professor da Escola de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, Paulo Sousa, em visita à instituição.

0 comentários:

Contato

Fale Conosco

Entre em contato com nossa unidade, fale com nossos profissionais e tire suas dúvidas quanto aos nossos programas

Endereço

Rua Santo Evaldo, S/N - Padre Miguel

Funcionamento

De Segunda a Sexta das 08h às 17h | Sábado das 08h às 12h

Telefones

(21) 3335-0532 | (21) 3335-0535